domingo, 11 de novembro de 2007

«HORIZONTES DESCONHECIDOS»

t.p.: «Horizontes Desconhecidos»
t.o.: «The Far Horizons»
t.f.: «Horizons Lointains»
t.e.: «Horizontes Azules»
t.br.: «Aventura Sangrenta»

Ficha técnica

Realização : Rudolph Mate
Ano de estreia : 1955
Guião : Winston Miller e Edmund H. North
Fotografia (cor) : Daniel L. Fapp
Música : Hans Salter
Montagem : Frank Bracht
Produção : William H. Pine e William C. Thomas
Distribuição : Paramount Pictures
Duração no cinema : 107 minutos

Ficha artística

Fred MacMurray (Merriwether Lewis), Charlton Heston (William Clark), Donna Reed (Sacajawea), Barbara Hale (Julia Hancock), William Demarest (sargento Gass), Alan Reed (Charboneau), Eduardo Noriega (Cameahwait), Larry Pernnell (Wild Eagle), Herbert Heyes (presisente Jefferson), Lester Matthews (sr. Hancock), Ralph Moody (LeBorgne), etc...

Sinopse

Indigitados pelo presidente dos Estados Unidos para comandarem uma coluna militar que deverá percorrer a Luisiana (território de contornos mal definidos, recentemente comprado à França napoleónica) e de prolongar, se possível, a viagem até à costa do Pacífico, o capitão Lewis e o tenente Clark empreendem a subida do rio Missouri.
Numa aldeia de índios Minatarees os dois oficiais vão travar conhecimento com Sacajawea, uma princesa Shoshone cativa, cujo povo vive numa das regiões do Alto Missouri que a expedição deverá atravessar.

Tendo ganho a confiança dos exploradores ao alertá-los para um pérfido ataque planeado pelos seus raptores, Sacajawea é resgatada por Lewis e Clark e autorizada a acompanhar a coluna que, naturalmente, acaba por restitui-la sã e salva à sua tribo agradecida.
De tal modo agradecida, que os Shoshones vão facultar aos expedicionários, além de um precioso apoio logístico, os guias que garantirão o sucesso da aventurosa travessia, efectuada através de regiões que, antes deles, nenhum outro branco havia profanado com a sua presença de mensageiro da civilização.
Os sentimentos de grande amizade e de franca camaradagem que unem os dois chefes da expedição vão, porém, degradar-se, à medida que o tempo passa e concorre para fortalecer o amor de William Clark pela formosa princesa pele-vermelha. É que Lewis não pode, nem quer esquecer que o seu companheiro de missão prometera casamento à aristocrática Julia Hancock, mulher que ele próprio desejava ardentemente e sonhara, um dia, desposar...
Comentário
Foi Della Gould Emmons quem, aproveitando-se do fundo histórico da expedição de Lewis e Clark, escreveu a novela «Sacajawea of the Shoshones» e sugeriu, assim, aos guionistas Miller e North, o tema e a trama deste colorido e movimentado filme de aventuras, realizado por Rudolph Mate.
A famosa viagem de exploração de Merriwether Lewis (um veterano da Guerra de Independência e ex-secretário privado do presidente Jefferson) e William Clark (oficial do exército e cartógrafo) iniciou-se em 1804 e terminou 18 meses mais tarde -em 15 de Novembro de 1805- nas margens do Pacífico. Os Estados Unidos da América davam, assim, consistência às suas pretensões de alargar o território nacional das costas da Nova Inglaterra (berço da pátria) até à cobiçada Califórnia, longínqua terra banhada pelo oceano baptizado por Fernão de Magalhães.
Está hoje historicamente estabelecido que uma mulher pele-vermelha, de nome Sacajawea, acompanhou os expedicionários, ajudando-os -na sua qualidade de guia- a franquear as Montanhas Rochosas. Refira-se, ainda, que pelo nome de Luisiana se designava a generalidade dos territórios (extra-canadianos) pertencentes à França na América do norte; e que esses territórios foram cedidos ao governo de Washington (em 1803) pelo então Primeiro Cônsul Napoleão Bonaparte, a troco de 80 milhões de Francos.
A propósito do filme em apreço, lembramos que Rudolph Mate, seu realizador, chegou a ser um dos mais célebres e categorizados operadores de câmara de Hollywood. E que a ele se ficaram a dever (entre outras) as imagens dos inesquecíveis filmes «Joana d'Arc», de Dreyer, e «Gilda», de Charles Vidor.
«Horizontes Desconhecidos» não é nem uma obra-prima do cinema, nem um modelo de rigor histórico sobre a viagem de exploração que o inspirou. Longe disso! É apenas um produto corrente da Hollywood dos chamados Anos de Ouro, que se vê com alguma nostalgia e algum carinho meio século depois da sua estreia. O trio de actores principais (simpático e competente) não deve ter guardado recordações imperecíveis deste trabalho verdadeiramente sem grande importância na carreira de cada um deles. Afinal o que salva esta película do total esquecimento é, sem dúvida, a qualidade da fotografia de Daniel L. Fapp, que faz lembrar -a cores- as imagens que vimos em «Céu Aberto», a inolvidável fita de Howard Hawks. Que, com esta sua obra, nos propôs um tema similar, mas com uma qualidade nitidamente superior.
O DVD com a cópia de «Horizontes Desconhecidos» já foi editado na América do norte (zona 1). Mas, que saibamos, o referido suporte videográfico só contém a versão original, não legendada, do filme. Os coleccionadores europeus aguardam agora a sua difusão no Velho Mundo, com dobragem e/ou legendagem numa língua compreensível pelos não-anglófonos.
(M. M. S.)

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