quarta-feira, 14 de novembro de 2007

«O HOMEM DA LEI»

t.p.: «O Homem da Lei»
t.o.: «Lawman»
t.f.: «L'Homme de la Loi»
t.e: «En Nombre de la Ley»
t.br.: «Mato em Nome da Lei»

Ficha técnica

Realização : Michael Winner
Ano de estreia : 1970
Guião : Gerald Wilson
Fotografia (cor) : Bob Paynter
Música : Jerry Fielding
Montagem : Freddie Wilson
Produção : Michael Winner
Distribuição : United Artists
Duração no cinema : 99 minutos

Ficha artística

Burt Lancaster (Jered Maddox), Robert Ryan (Cotton Ryan), Lee J. Cobb (Vincent Bronson), Robert Duvall (Vernon Adams), Shree North (Laura Shelby), Joseph Wiseman (Lucas), Albert Salmi (Harvey Stenbaugh), J. D. Cannon (Hurd Price), John McGiver (Sam Bolden), Richard Jordan (Crowe Wheelwright), John Beck (Jason Bronson), etc...

Sinopse

Jered Maddox, que exerce as funções de xerife do condado de Bannock (Novo México), chega a Sabbath munido do mandato de captura de sete vaqueiros que, no decorrer de uma agitada noite de bebedeira, mataram acidentalmente um dos seus concidadãos.
Perante as reticências e a complacência do seu colega de Sabbath, que revela ser um dos homens de palha do potentado local (o rancheiro Bronson, pai de um dos cowboys procurados pela justiça), o xerife Maddox resolve agir sózinho e empregar a força das armas. Para que a lei seja cumprida rigorosamente, integralmente.
À acção do forasteiro vai, igualmente, opor-se a população do lugarejo -que, na sua maioria, depende economicamente da actividade ganadeira de Bronson- e Laura Shelby, uma antiga relação amorosa de Maddox e que agora vive com um dos homens implicados no crime cometido em Bannock.
A atitude intransigente do representante da lei e a arrogância dos seus principais adversários vão radicalizar a situação e abrir caminho à formidável onda de violência que acaba por avassalar a pequena localidade de Sabbath.
Comentário
Terminada a rodagem desta película, Michael Winner manifestou publicamente a sua auto--satisfação, proclamando urbi et orbe ter feito «o mais autêntico western jamais realizado». E isso, pelo facto de ter disposto de um sólido guião e de, ele próprio, ter reservado uma especial atenção (quase maníaca, no dizer de um dos seus colaboradores) aos detalhes vestimentares das personagens que povoam a sua história, à decoração de interiores e, sobretudo, à engenhosa maneira como ele conseguiu metamorfosear a localidade mexicana de Chupaderos na Sabbathtown da fita.
Passando sobre a imodéstia do cineasta britânico (que, lembramos, nos ofereceria uns meses mais tarde «Desforra Apache»), diga-se que, em boa verdade, «O Homem da Lei» é um western de boa factura e extremamente eficaz. A acção do filme segue-se com crescente curiosidade, desde o momento em que surgem no écran (logo no início da projecção) Jered Maddox e a sua primeira vítima, até às últimas imagens da fita, quando a violêncioa atinge o seu paradoxismo. Winner surpreendeu (e em certos momentos até indispôs) o espectador ordinário, ao oferecer--lhe cenas jamais (ou raramente) vistas no cinema do género. Como aquela, por exemplo, em que se assiste, com estupefacção, ao horrível suicídio do rancheiro Bronson, ou como aqueloutra em que o despeitado homem da lei executa, friamente, um rival indefeso que lhe vira as costas.
Ao razoável sucesso de bilheteira obtido nos Estados Unidos por este singular western (no qual alguns coca-bichinhos julgaram ver um inconfessado remake do filme «Sozinho Contra a Cidade», realizado em 1955 por Richard Wilson) não é alheio o profissionalismo e o carisma do trio vedeta desta produção -Burt Lancaster, Robert Ryan e Lee J. Cobb- que, com muita convicção, deram alma e consistência aos protagonistas principais desta história brutal, de uma crueza visivelmente inspirada pelo chamado western-spaghetti.
Curiosamente, o actor Burt Lancaster -um dos grandes defensores de Winner e deste seu filme, que esteve muito longe de fazer a unanimidade da crítica- rodou esta película entre dois outros westerns, também eles muito violentos e contestados : «Valdez» (de Edwin L. Sherin) e «Ulzana, o Perseguido» (de Robert Aldrich).
(M. M. S.)

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