quinta-feira, 22 de novembro de 2007

«MOHAWK»

t.p.: «Mohawk»
t.o.: «Mohawk»
t.f.: «L'Attaque du Fort Douglas»
t.e.: «Hacha de Guerra»
t.br.: «Mohawk-A Lenda do Iroquês»

Ficha técnica

Realização : Kurt Neuman
Ano de estreia : 1956
Guião : Maurice Geraghty e Milton Krims
Fotografia (cor) : Karl Struss
Música : Edward L. Alperson Jr.
Montagem : anónimo da Lexington Trading Co. Inc.
Produção : Edward L. Alperson Jr.
Distribuição : 20th. Century-Fox
Duração no cinema : 90 minutos

Ficha artística

Scott Brady (Jonathan Adams), Rita Gam (Onida), Neville Brand (Rokhawah), Lori Nelson (Cynthia Stanhope), Allyson Hayes (Greta), John Hoyt (Butler), Vera Vague (Agatha), Rhys Williams (Clem Jones), Ted de Corsia (Kowanen), Mae Clarke (Minikah), John Hudson (capitão Langley), Tommy Cook (Keoga), James Lilburn (o sargento), etc...

Sinopse

Cynthia Stanhope e sua tia Agatha (duas burguesas de Boston) chegam a Forte Douglas, um posto militar do vale do Mohawk, com a firme intenção de convencerem Jonathan Adams -um prometedor artista plástico- a apressar a data do casamento que este deverá contrair com a primeira. Mas o pintor ausentara-se da fortaleza com Greta, um dos seus modelos ocasionais, e o reencontro com a sua prometida reveste-se de alguma frieza.
Ao mesmo tempo, o ambicioso Butler tenta semear a desordem entre as tribos Iroquesas e os brancos do vale, intrigando junto de uns e de outros. Tais intrigas têm o condão de excitar os jovens guerreiros e de levá-los a tentar apoderar-se de um carregamento de armas e munições destinadas aos militares do forte. Durante a breve escaramuça que opõe índios e brancos, Adams logra capturar a jovem Onida, que é a própria filha de Kowanen, caudilho dos Iroqueses. Rendido aos encantos da bonita pele-vermelha, o pintor subtrai-a às buscas dos soldados e leva--a sã e salva à sua aldeia. Lugar onde ele decide permanecer uns tempos, para poder retratar os notáveis da tribo e ilustrar algumas cenas da vida quotidiana dos Iroqueses.
Mas Butler consegue levar por diante os seus criminosos intentos e, depois do assassínio de Keoga, irmão de Onida, os Iroqueses desenterram o machado de guerra e lançam-se numa luta sem quartel contra os colonos do vale do Mohawk. Capturado pelos índios, Jonathan consegue escapar à sua ferocidade graças à ajuda da bela Onida; e lança-se numa corrida contra o tempo para poder salvar a paz e a dignidade das duas comunidades em conflito. Tendo, finalmente, desmascarado a traição de Butler -que acaba por morrer às mãos dos Iroqueses que ele havia sublevado- o pintor Adams consegue também convencer Kowanen de que a conquista da concórdia é algo mais importante do que os louros colhidos nas batalhas.
Imperando, de novo, a tranquilidade no vale do Mohawk, Jonathan Adams e Onida podem confessar o seu amor às algo despeitadas Cynthia e Greta e contribuir, com a sua união, para que a paz entre brancos e índios reine e perdure.
Comentário
Os títulos original e português deste filme têm a ver com o espaço geográfico onde decorre -em finais do século XVIII ou início da centúria seguinte- a sua acção : o histórico e fértil vale do rio Mohawk. Ali mesmo onde John Ford situou a trama da sua primeira película colorida, a inesquecível obra intitulada «Ouvem-se Tambores ao Longe». Fita à qual Kurt Neuman e a produção roubaram descaradamente sequências inteiras para as incluirem em «Mohawk». Como, por exemplo, a famosa perseguição movida pelos pele-vermelhas ao herói branco, como o incêndio das fazendas dos colonos ou como o espectacular ataque ao forte.
Este filme (de orçamento modesto) vê-se, ainda hoje, com algum prazer, até porque o seu entrecho revela uma certa originalidade, ao oferecer protagonismo a um artista, a um pintor, em vez de recorrer à figura tradicional do herói, que, logicamente, deveria ser um garboso militar, um intrépido batedor ou um laborioso pioneiro. Presumimos que o guionista (ou o autor que inspirou o argumento desta fita) tivesse querido, nestas circunstâncias, render homenagem aos primeiros ilustradores do Oeste selvagem, tais como Catlin, Audubon e outros mais.
Scott Brady (actor falecido em 1985) interpreta aqui -com uma certa classe, note-se- o papel de Jonathan Adams, um pinga-amor e um artista plástico perdido nas plagas do wilderness, facto que contrasta com todas as outras figuras que ele protagonizou nos demais westerns em que teve o ensejo de participar; e que foram muitos, tanto no cinema como na televisão.
Habituados que estamos aos incríveis e inadmissíveis erros e anacronismos próprios deste género de filmes (a que alguns especialistas chamam pré-westerns), saudamos aqui a inteligência da produção de «Mohawk», que pôs os Iroqueses a viver nas habitações tradicionais dos ameríndios da região dos Grandes Lagos e não nos tipis característicos das nações nómadas da Grande Pradaria. Como aconteceu, por exemplo, em «Forte Niagara» (de Felix Feist, 1952), uma fita (com Lex Barker) que nos conta uma história situada sensivelmente na mesma época e na mesma região.
Não existe DVD com cópia desta película em Portugal. Em contrapartida, o filme já foi editado nesse suporte videográfico no Brasil («Mohawk-A Lenda do Iroquês») e oferece uma tripla vantagem para os coleccionadores : 1ª - está dobrado em língua portuguesa e também oferece legendas no nosso idioma; 2ª - foi editado em zona 0 (zero), o que quer dizer que o respectivo DVD pode ser lido em qualquer parte do mundo; 3ª - é actualmente vendido em vários sites da Internet a preços extremamente baixos, que, geralmente (fins de 2007), não ultrapassam os 10 Reais.
(M. M. S.)

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