quinta-feira, 15 de novembro de 2007

«OS AVENTUREIROS DO DESERTO»

t.p.: «Os Aventureiros do Deserto»
t.o.: «The Walking Hills»
t.f.: «Les Aventuriers du Désert»
t.e.: ***
t.br.: «Sete Homens Maus»

Ficha técnica

Realização : John Sturges
Ano de estreia : 1949
Guião : Alan LeMay
Fotografia (p & b) : Charles Lawton
Música : Arthur Morton
Montagem : William Lyon
Produção : Harry Joe Brown
Distribuição : Columbia Pictures
Duração no cinema : 78 minutos

Ficha artística

Randolph Scott (Jim Carey), Ella Raines (Chris Jackson), William Bishop (Shep), Edgar Buchanan (Willy), Arthur Kennedy (Chalk), John Ireland (Frazee), Jerome Courtland (Johnny), Josh White (Josh), Russell Collins (Bibbs), Charles Stevens (Cleve), etc...
Sinopse
Está-se em finais do século XIX, no Oeste americano.
Depois de ter corrido o boato de que um carroção repleto de ouro fora abandonado, há muitos anos atrás, no Vale da Morte e de que esse veículo ainda por lá se encontra à espera de quem o procure e encontre, inúmeros aventureiros acorrem àquela região inóspita, situada nos confins do estado da Califórnia. Nutrindo todos a esperança de enriquecer rapidamente, graças a esse tesouro, que se diz ser de valor incalculável e que se oferece aos audazes ou...aos loucos.
Entre esses aventureiros ávidos de riqueza, contam-se Jim Carey, um criminoso fugido à justiça e Frazee, o agente policial que o persegue; Shep, um assassino, e a sua companheira Chris Jackson (que fora, outrora amante de Jim); Chalk, um caçador de tesouros profissional; Josh, um cantor; Bibbs, proprietário de um saloon; Johnny, um jovem e inexperiente fora-da-lei; um índio que responde pelo nome de Cleve; e Willy, um velho pioneiro.
Os perigos da viagem e da estadia no tórrido e selvagem Vale da Morte, assim como as rivalidades provocadas por velhas paixões e pela febre do ouro vão engendrar provocações e desafios, que resultam em brigas violentas. Na sequência das quais Johnny, Frazee e Chalk acabam por perder a vida.
E quando o tesouro é, enfim, descoberto, os sobreviventes da expedição podem constatar, decepcionados, que o seu real valor não compensa os sacrifícios consentidos, nem justifica a morte dos seus companheiros de aventura.
Comentário
Com um argumento de Alan LeMay a fazer lembrar, vagamente, o de «O Tesouro de Serra Madre», este filme -estreado em 1949- foi o primeiro de todos os westerns realizados por John Sturges. Cineasta que havia começado a sua carreira de realizador quatro anos atrás e que acabaria por revelar-se num dos grandes especialistas desse género de películas. Detalhe que, aliás, já ninguém ignora.
A trama deste filme foi particularmente bem construída e já deixava adivinhar que este Surges faria cama na profissão. Até porque a direcção de actores foi, igualmente, hábil e decidida, tendo o realizador beneficiado da colaboração interessada da vedeta principal da fita -Randolph Scott- que havia investido algum dinheiro seu na produção de «Os Aventureiros do Deserto».
O elenco desta fita compreendia, além do supracitado e já famoso Scott, alguns actores com algum prestígio em Hollywood. A esse propósito, atente-se na presença de Edgar Buchanan e dos nóveis e promissores comediantes John Ireland (que, nesse mesmo ano de 1949, apareceu no western de Fuller intitulado «Matei Jesse James») e Arthur Kennedy (que, antes da sua participação nesta película, já tinha no seu currículo obras como «Todos Morreram Calçados» e «Feras Sangrentas», ambas dirigidas por Raoul Walsh).
Contrariamente aos outros westerns de John Sturges, que têm sido alvo de reposições relativamente frequentes e de múltiplas programações televisivas, este seu primeiro filme do género tem sido (vá lá saber-se porquê?) votado ao ostracismo. Sendo até, por essa razão, muito pouco conhecido dos próprios westernófilos. O que é pena!
Quando decidirão, pois, os editores de DVD's fazer-nos uma boa surpresa, tirando «Os Aventureiros do Deserto» do anonimato em que mergulhou? -Aqui fica a pergunta e o desafio.
(M. M. S.)

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